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Núcleo Regional Nordeste da Embrapa Caprinos e Ovinos realiza seminário de apresentação do InovaSocial

Esse foi o primeiro evento do Núcleo Regional Nordeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, que começou a atuar na Paraíba no último mês de março

Cerca de 100 representantes dos diversos elos da cadeia produtiva da caprinocultura leiteira da Paraíba e Pernambuco compareceram ao seminário de apresentação do Programa de Apoio à Inovação Social e Desenvolvimento Territorial Sustentável - InovaSocial promovido pela Embrapa Caprinos e Ovinos, no último dia 18 de abril, no auditório da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB). Esse foi o primeiro evento do Núcleo Regional Nordeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, que começou a atuar na Paraíba no último mês de março, e teve por objetivo sensibilizar os atores locais sobre o programa InovaSocial como uma estratégia de desenvolvimento rural para os Cariris Paraibanos, Sertões do Pajeú/Moxotó e Agrestes Central/Meridional Pernambucanos.

O chefe-geral da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa deu as boas vindas aos presentes ressaltando o papel estratégico da criação do Núcleo Regional para aproximação da Embrapa Caprinos e Ovinos da cadeia produtiva local, bem como para melhor utilização de pessoal, de equipamentos e instalações da Embrapa.

O pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Antônio Silvio do Egito, apresentou as principais linhas de atuação da Unidade, com destaque para o Núcleo Regional Nordeste que atuará inicialmente junto à maior bacia leiteira caprina do Brasil, localizada na Paraíba e Pernambuco. "Os Núcleos Regionais têm como finalidade promover uma maior aproximação com as cadeias produtivas agropecuárias do Brasil, uma maior compreensão do seu ambiente externo, a ampliação da região geográfica de atuação, atendimento mais rápido às demandas regionais, a ampliação de sinergia entre as unidades da Embrapa, otimizando recursos humanos e financeiros, a inserção de pequenos e médios produtores no mercado produtivo, entre outras", afirmou.

Egito também apresentou lançamentos de soluções tecnológicas da unidade e portfólio de produtos e serviços voltados para a caprinocultura leiteira, entre eles o serviço de assessoramento nutricional, o segundo sumário do programa de melhoramento genético de caprinos leiteiros (Capragene), o controle integrado de verminoses e uma diversidade de produtos derivados lácteos caprinos que incluem probióticos, queijos, iogurtes, bebidas lácteas, coalhadas, doces e sorvetes.

"Estamos na Paraíba para reunir esforços para que essa região possa adotar as tecnologias disponíveis para a produção de queijo a exemplo do que é feito na França - onde existem mais de mil tipos de queijo - e que consigamos conquistar uma boa fatia desse mercado, com a valorização dos produtos da região", disse. "Espero que ao final do InovaSocial a Paraíba possa ter diferentes tipos de queijos, iogurtes e outros produtos derivados do leite de cabra", acrescentou.

A pesquisadora Nivea Felisberto, que coordenará as ações do InovaSocial ligadas à caprinocultura leiteira no território da PB/PE, apresentou os desafios e prioridades que levaram à elaboração do programa. "Em 2014 nós promovemos uma oficina de concertação do leite caprino no Nordeste, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, visando aproximar ensino, pesquisa e extensão e agricultores para ampliar o processo de inovação na agricultura familiar. Foi muito importante reunir os diferentes atores da cadeia não só para aproximá-los e conhecermos suas dificuldades, mas também para elencar demandas de pesquisa e assistência técnica. Nós conseguimos condensar esses desafios em 16 e, para a nossa surpresa, os desafios prioritários não estavam relacionados à produção, mas sim à comercialização, processamento e organização e políticas públicas. Isso sinalizou à equipe da Embrapa que para a promoção do desenvolvimento local ou regional seria necessária a inovação social somada à inovação tecnológica", relatou.

"Nosso objetivo com este seminário é apresentar o Programa InovaSocial como uma estratégia de desenvolvimento rural para os Cariris Paraibanos e Sertões de Pajeú/Moxotó e Agrestes Central/Meridional Pernambucanos, conhecer as expectativas dos participantes quanto ao Programa e identificar competências locais nas instituições presentes para colaborar na construção do projeto territorial e superação desses desafios. ", afirmou.

Uma das instituições parceiras que contribuirão para superar esses desafios é a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que já desenvolveu com apoio do Sebrae uma plataforma para organizar Arranjos Produtivos Locais na Paraíba e que poderá ser utilizado para aproximar e fortalecer as redes de produção, processamento e comercialização da bacia leiteira caprina constituída entre os estados da Paraíba e Pernambuco. "O produtor não tem acesso a computador, mas todo mundo tem um celular. Por isso, além da plataforma na web nós desenvolveremos um aplicativo para fortalecer a rede, compartilhar informações e estimular potencialidades do setor de forma simples e prática", explicou Mônica Tejo, professora da UFCG.

Para a professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Rita de Cássia Queiroga, o programa trará benefícios tanto do ponto de vista econômico, mas também para a saúde da população. "Nós estamos unindo esforços para alavancar esse sistema produtivo porque o leite de cabra é um produto riquíssimo, é um ‘ouro branco', e não há valorização desse produto como deveria. Se todo mundo soubesse do valor nutricional que ele tem não haveria gente desnutrida na região", declarou.

Representando o laticínio de Monteiro, PB, da Cooperativa de Produtores Rurais de Monteiro (Capribom), o veterinário Francisco Rubens Remígio, vê no programa uma oportunidade de aumentar a produção e diversificar os produtos lácteos caprinos. "A Capribom reúne 200 produtores familiares e produz 3300 litros de leite por dia, mas tem a capacidade de produzir muito mais, desde que a gente tenha para quem destinar essa produção", afirmou.

"Nós trabalhamos com leite caprino há 15 anos, fornecendo para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) Leite e há três anos já estamos destinando parte da produção para derivados. Já desenvolvemos três tipos de queijo, bebidas lácteas e iogurtes, mas precisamos dar uma alavancada no negócio, principalmente na parte da comercialização para que ele dê um retorno aos pequenos laticínios e consequentemente aos produtores, que dependem muito do PAA do governo federal", disse Remígio.

Sobre o InovaSocial

Por meio do programa InovaSocial, cuja carta-consulta aprovada junto ao BNDES foi no valor total de R$ 30 milhões de reais, o Núcleo apoiará a construção e execução de um projeto territorial que poderá contar com R$ 5 milhões de reais do recurso total do programa para a geração e difusão de conhecimentos e tecnologias e fortalecimento de redes de agricultores familiares na cadeia da caprinocultura leiteira. Tal projeto deverá ser construído, com apoio da Embrapa Caprinos e Ovinos, para e com atores locais do território da PB/PE com o objetivo de fortalecer redes de produção, processamento e comercialização de produtos derivados lácteos caprinos com identidade territorial associada à Agricultura Familiar. A partir da implementação deste projeto espera-se promover inovação organizacional e tecnológica visando a inserção social e produtiva de agricultores que criam caprinos leiteiros em mercados.

Ao longo deste primeiro semestre, o Núcleo coordenará a construção participativa do projeto territorial junto às diversas instituições ligadas à caprinocultura leiteira, com previsão de início de ações em 2018. Ao longo de três anos, projeta-se beneficiar 510 famílias.

Agenda InovaSocial

As próximas etapas do programa são a realização de uma oficina temática do Leite Caprino para a construção do Projeto Territorial, de 9 a 11 de maio, em Pesqueira, PE; apresentação da proposta aos atores locais, dia 7 de junho, em Monteiro, PB; e fechamento da proposta e submissão da proposta junto ao comitê técnico da Embrapa e BNDES em 14 de junho.

Notícia adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações Embrapa Algodão (26/04/2017)

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