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Parceria vai avaliar o desenvolvimento e uso de agromantas de lã ovina como insumo agrícola

Além da proteção às mudas, a lã é biodegradável e possui 16% de nitrogênio e 3% de enxofre, podendo servir como fertilizante também
Embrapa Pecuária Sul/Magda Benavides

A Embrapa Pecuária Sul e a Cimabra - Indústria e Comércio de Manufaturados de Fibras assinam um convênio para o desenvolvimento de agromantas a partir de lã de ovelha na solenidade de abertura oficial da 16ª Agrovino de Bagé (RS). O produto, que vai ser desenvolvido a partir dessa parceria, prevê a utilização de lã ovina de espessura grossa para a produção de um insumo para ser empregado na proteção de mudas de árvores frutíferas.

Com previsão de duração de três anos, no projeto serão realizados diferentes ensaios com o produto, desde o desenvolvimento de protótipos até testes em campo. Segundo a pesquisadora Magda Benavides, da Embrapa Pecuária Sul, a perspectiva é que as agromantas possam ser um importante insumo para o desenvolvimento de árvores frutíferas, podendo trazer ganhos em produtividade, sustentabilidade e diminuição de custos na atividade, além de dar uma destinação para tipos de lã de ovelha que atualmente não têm demanda no mercado. O projeto conta com a participação de pesquisadores da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Uva e Vinho.

De acordo com Magda Benavides, espera-se que o uso dessas agromantas tragam ganhos para a fruticultura. Entre elas, a pesquisadora destaca a capacidade da lã de ovelha de absorção da água da chuva com liberação lenta para as mudas das árvores no solo. As agromantas também podem ser utilizadas para o bloqueio da luz solar no entorno da muda, mantendo a umidade e inibindo o desenvolvimento de plantas indesejadas, possibilitando a diminuição no uso de insumos químicos e de mão de obra para a capina.

“Além disso a lã é biodegradável e possui 16% de nitrogênio e 3% de enxofre, podendo servir como fertilizante também”, salientou. No projeto as agromantas serão testadas inicialmente em mudas de oliveiras e de nogueira-pecã, espécies bastante produzidas no Rio Grande do Sul, mas tem potencial para ser utilizada com outras espécies arbóreas e na olericultura.

Por meio do convênio, essas hipóteses vão ser testadas para avaliar a viabilidade de produção, comercialização e uso desse insumo. “A pesquisa vai avaliar se o produto traz mesmo benefícios para o desenvolvimento das árvores bem como sua viabilidade econômica de sua produção e uso”. Por outro lado, segundo Benavides, se o produto se mostrar viável pode ser uma opção para os ovinocultores comercializarem a lã de seus rebanhos, aumentando a possibilidade de renda com este produto. “O mercado de lã passa por uma grande crise há muito tempo, o que foi agravado com a pandemia. No caso das lãs mais grossas, que serão utilizadas no projeto, atualmente o preço pago ao produtor não cobre o custo da retirada da lã dos animais”.  

Notícia adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações Embrapa Pecuária Sul (24/01/2024)

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